Comprar ou alugar um imóvel? Apesar da dúvida frequente, recentes pesquisas indicam que a maioria dos brasileiros ainda sonha com a casa própria, uma forte questão cultural no país.
A recente pesquisa do Instituto Datafolha, em parceria com a empresa Quinto Andar, indicou que a casa própria ainda é o sonho principal para a maioria dos brasileiros (87%), mais importante até que ter estabilidade financeira, formar uma família, ter plano de saúde ou mesmo professar uma religião.
Comprar ou alugar um imóvel?
Engana-se, inclusive, quem acredita que o sonho da casa própria é um objetivo de faixas etárias mais elevadas. O ‘Censo da Moradia’ indicou que 91% dos jovens entre 21 a 24 anos sonham com a casa própria, número maior até que entre a faixa dos 25 a 34 anos (90%).
Especialmente após os desafios da pandemia do novo coronavírus, em que muitas pessoas passaram a integrar o trabalho, estudos e lazer dentro de casa, a pesquisa indicou que 95% dos entrevistados concordam com a afirmação ‘Minha casa é meu lugar favorito’. Entre os hobbies domésticos, 81% gostam de cozinhar, 76% recebem amigos em casa e os pets aparecem para 60% dos brasileiros.
Em entrevista ao Jornal da Cultura, o escritor Luiz Felipe Pondé acredita que o resultado da pesquisa seja um reflexo direto dos últimos anos de muitas incertezas econômicas no país, já que o imóvel é associado com uma estabilidade, apesar das crises. “A casa própria é algo físico, concreto”, indicou o escritor.
Qual a vantagem da casa própria?
Possivelmente você já ouviu muitos especialistas de finanças dizerem que alugar um imóvel pode ser mais vantajoso, já que permite uma flexibilidade para mudanças. A recomendação, inclusive, é aproveitar essa vantagem para morar em locais próximos ao trabalho ou das atividades diárias, para economizar com outros gastos de transporte, por exemplo.
Apesar de muitos apontarem as vantagens do aluguel, na prática, os brasileiros continuam atrelados ao sonho da casa própria, o que pode ser explicado pela sensação incômoda de muitas famílias pagarem a locação, mas não poderem personalizar os espaços como sempre desejaram. Além disso, nem sempre considera-se a valorização do imóvel (que nos últimos anos está no patamar de 8,45%), nem os ajustes no valor do aluguel.
Mesmo com o aumento da taxa Selic, analistas de mercado não acreditam que isso atrapalhe a conquista dos imóveis, já que a perspectiva segue abaixo dos padrões praticados no país anteriormente. O momento, portanto, segue favorável para quem quer o imóvel próprio ou busca um investimento a médio e longo prazo.
A decisão entre alugar ou comprar um imóvel, dessa forma, nem sempre será apenas econômica, mas envolverá também valores culturais, momento de vida e, claro, estilo de cada morador ou família.