Se até alguns anos falar sobre carros elétricos no Brasil parecia cena de ficção científica, atualmente o debate não só é cada vez mais comum como é apontado como uma tendência que exigirá transformações nos projetos imobiliários e também no planejamento das cidades.
Carros elétricos avançam no Brasil
Os carros elétricos no Brasil já estão avançando no país: de acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o número de vendas cresceu 255% de 2020 para 2021 e 100 mil veículos já circulam pelas nossas ruas. A evolução, porém, não é só aqui. Na Europa os carros à combustão serão banidos daqui alguns anos, até 2035.
Entre os benefícios que explicam esses avanços globalmente estão três pontos: sustentabilidade, praticidade e economia.
Pela sustentabilidade, os carros elétricos no Brasil são atrelados com uma fonte de energia renovável, que não é associada com a poluição, com emissão direta de CO2 ou gás carbônico. Além disso, com motores bem silenciosos, os carros elétricos não produzem tantos ruídos, o que poderá fazer muita diferença em grandes cidades que hoje sofrem com a poluição sonora nas ruas mais movimentadas.
Quanto à praticidade, há uma grande vantagem em poder carregar o carro na própria garagem ou em eletropontos pela cidade, sem incluir na rotina uma ida obrigatória ao posto, que dependendo do dia ou do horário, nem sempre é uma tarefa fácil.
Hoje os carros elétricos são mais caros que os tradicionais, porém, podemos indicar que no dia a dia pode haver uma economia a longo prazo. Como presenciamos nos últimos anos, com efeitos da pandemia e dos conflitos internacionais, o preço do petróleo e da gasolina estão muito atrelados às oscilações internacionais, o que impactou diretamente no orçamento familiar. O carro elétrico, por ser carregado no conforto de casa, não depende tanto das oscilações internacionais, sendo mais estável.
Os carros elétricos no Brasil também exigirão novas soluções nos projetos imobiliários e nos desenhos urbanos. O que acontecerá com os postos de gasolina que estão distribuídos em regiões centrais das cidades, normalmente em áreas nobres imobiliárias? Pode ser que eles se adaptem como cafeterias ou lojas de conveniência enquanto motoristas carregam seus carros, como os quiosques de celulares em eventos, por exemplo.
Outra questão dos carros elétricos no Brasil será a distribuição desses eletropontos em diversos pontos das cidades e estradas para uma viagem mais longa, um dos principais medos dos usuários. Já em debate no Senado, há o projeto de expandir a energia eólica e solar para atender essa demanda, uma transformação tanto do setor automotivo como do energético brasileiro.
Para os projetos imobiliários, residenciais ou condomínios verticais, incluir a estrutura necessária para carregar veículos direto na garagem se tornará cada vez mais comum, já com soluções para acompanhar a informação de carga e o consumo.
Se antes os carros elétricos no Brasil pareciam uma realidade distante, hoje já estamos falando da realidade de uma cidade inteligente, com uso de energia renovável, sem poluição sonora ou atmosférica. Para o mercado imobiliário e o desenvolvimento das cidades, debateremos cada vez mais essa temática e inovações.
